Pesquisa - perfil da pessoa com deficiência em Belo Horizonte

dezembro 12, 2020

Há muitos desafios a serem enfrentados para oferecer condições dignas e igualitárias às pessoas com deficiência em Belo Horizonte. Um dos principais, era a falta de conhecimento sobre o perfil dessas pessoas residentes na capital mineira.

Para sanar essa lacuna, nós do Instituto Mano Down nos mobilizamos para presentear a sociedade com uma pesquisa quantitativa que mapeou a incidência de pessoas com deficiência e, em especial, com síndrome de Down em BH.

O estudo foi realizado em parceria com o Instituto Vox Populi e utilizou dois tipos de amostragem, a probabilística e a intencional – Famílias Down.

Falar desses números é histórico e com eles em mãos o novo horizonte será de visibilidade, esperança e humanidade. Estamos fazendo história, apesar de governantes, falas e promessas.

Precisamos agir para entregar esses dados à Belo Horizonte e cá estamos, porque demos a vida por isso e queremos levá-lo ao máximo de pessoas possível.

Entenda a pesquisa

A amostra probabilística foi realizada em 173 bairros de todas as regiões administrativas da capital mineira.

Ao todo, foram entrevistados 2.249 domicílios, sendo as informações representativas de 6.790 indivíduos.

320 pessoas relataram ter pelo menos um tipo de deficiência, 16 delas com síndrome de Down.

Hoje, podemos dizer que dos mais de 2,5 milhões cidadãos residentes em Belo Horizonte, 118.837 têm pelo menos um tipo de deficiência. Já na amostra intencional – Famílias Down foram realizadas cerca de 129 entrevistas.

Para obter uma base maior  e mais assertiva de informação sobre a síndrome de Down foi feita uma amostragem intencional, ou seja, o Vox Populi procurou intencionalmente por famílias com pessoas com Down.

As entrevistas foram realizadas a partir de indicações e abordagem aleatória em centros de tratamento voltados para este tipo de deficiência, inclusive do próprio Mano Down.

A amostra probabilística (aleatória) registrou 16 casos de pessoas com Down e a intencional encontrou 145. Dos entrevistados, 55,2% são mulheres e 44,8% são homens.

Em relação à idade, a maioria dos entrevistados com síndrome de Down têm até 12 anos (53,4%).

Além disso, 57,9% estudam atualmente e 42,1% não. Sobre a ocupação, apenas 11,1% estão empregados com carteira assinada, enquanto que 2,2% estão desempregados. Ainda, 37,6% relataram já ter sofrido algum tipo de preconceito ou discriminação em relação à síndrome de Down.

Fizemos essa pesquisa para ampliarmos nossa missão de ajudar mais pessoas e proporcioná-las oportunidade.

Precisamos mudar a palavra inclusão para oportunidade, pois pessoas não são dados, não são estatísticas, pessoas transformam o mundo e precisam ser legitimadas como são e não como gostaríamos que elas fossem

Agir para mudar a realidade

No Instituto Mano Down, são mais de 250 famílias atendidas e milhares de pessoas impactadas, direta ou indiretamente, pelas ações do Mano Down.

Com os nossos programas, mostramos para a sociedade as potencialidades das pessoas com deficiência, transformamos vidas e geramos impacto positivo.

Agora, com esses dados em mãos, podemos lutar e exigir a implementação de políticas públicas que apoiem e valorizem a pessoa com deficiência.

Os desafios são, agora, conjugar apoio e vontade própria; somar suporte e respeito à opinião, à capacidade de decisão e ao exercício de direitos e da cidadania. Esses são os próximos passos, as próximas fronteiras da inclusão.

Por Leonardo Gontijo, idealizador e presidente do Instituto Mano Down

 

Acesse os resultados completos da pesquisa – Clique aqui

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