Por José Ramón Amor Pan
“Há barreiras demais na viagem da pessoa com síndrome de Down ao mundo dos adultos. É preciso evitar a tentação de aproveitar uma posição de força para impor à pessoa com síndrome de Down a condições de vida muito restritivas e incômodas, que deixam vulneráveis aspectos básicos de sua personalidade e que nenhum de nós estaria disposto a tolerar se fôssemos afetados por elas. Abre-se aqui um campo imenso para o diálogo, para a educação, a investigação e para a experimentação.
O campo é complexo, nem sempre isento de tensões, de contornos imprecisos e nebulosos, no qual têm importante tarefa e grande responsabilidade, tanto os pais e irmãos (sem esquecer dos avós), e aos especialistas do setor, sem deixar de lembrar das responsabilidades que competem à sociedade como um todo. Corresponde à comunidade aportar idéias e recursos para chegar a este fim irrenunciável. O deficiente mental tem que saber que não está à margem da sociedade, mas que, respeitado pelo seu intrínseco valor pessoal, está sendo chamado a contribuir para o bem de sua família e da comunidade, de acordo com suas próprias capacidades. Ter sua própria vida. Amar e ser amado.
Os últimos anos colocaram bases sólidas, com medidas práticas, concretas e eficazes, para a realização e participação completa e igual destas pessoas. Criou-se um novo enfoque que coloca maior atenção na capacidade do que na incapacidade, mais na integração e normalização do que na segregação, mais no potencial em desenvolvimento do que na manutenção de barreiras e preconceitos que impedem o desenvolvimento integral da pessoa. Não podemos trair esta dinâmica. Lembremos das palavras de Saint-Exupéry, “amar não é olhar um para o outro, e sim olhar juntos na mesma direção.” Futuro. Autonomia. Felicidade. Adulto”.
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All comments (2)
Maria da Conceição V Santos
Sou mãe de um portador com SD. Luto todos os dias para esta integração dele na sociedade, mas nem sempre é fácil.
Replymano_admin
@Maria da Conceição V Santos
Um passo de cada vez. Vamos juntos. Aprendendo sempre. Abraços
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