Síndrome de Down e a Psicologia: o cuidado não conta cromossomos

fevereiro 02, 2021

A Síndrome de Down é uma das condições mais comuns geradas por uma anormalidade cromossômica: somente no Brasil, ela ocorre em cerca de 1 a cada 700 nascimentos

E, apesar da relevância dos problemas emocionais e comportamentais que podem estar relacionados à síndrome, a importância do acompanhamento psicológico, inclusive para a família, ainda é pouco esclarecida. 

Por isso, preparamos um conteúdo para te ajudar a entender melhor quais são as características de alguém que nasce com Síndrome de Down e como o acompanhamento com um psicólogo é importante.

O que é Síndrome de Down?

Todo ser humano é composto por células que carregam os cromossomos, que são como uma forma de identificação de cada indivíduo, determinando a cor do cabelo ou a altura, por exemplo. 

Regularmente, um ser humano possui 46 cromossomos formados por 23 pares. No caso de uma pessoa com Síndrome de Down, o par de cromossomo 21 possui um cromossomo a mais, subindo o número para 47. É por isso que a condição também é conhecida por trissomia do cromossomo 21.

E por ser uma circunstância relacionada aos genes, qualquer pessoa pode nascer com a síndrome.

Características da pessoa com Síndrome de Down

A pessoa com a Síndrome de Down  tende a possuir algumas características físicas e mentais marcantes, como:

– Baixa estatura;

– Olhos mais puxados;

– Dedos dos pés afastados;

– Comunicação mais simples;

– Necessidade de orientação dinâmica para a aprendizagem.

Vale lembrar que essas características são comuns, mas não necessariamente estão presentes em todos os casos. 

Por isso, quando a família descobre que a criança tem Síndrome de Down, é fundamental que ela tenha acesso ao máximo de informações e orientações. E quanto mais cedo isso for feito, melhor!  

De forma geral, a Psicologia tem o papel de orientar e acompanhar a pessoa no seu desenvolvimento emocional, auxiliando o paciente a entender suas emoções e sentimentos, em busca de uma saúde mental saudável.

No caso da pessoa com Síndrome de Down, o psicólogo ainda pode orientar e acompanhar em todo o seu desenvolvimento, junto de outros profissionais. Ajudando também a família nesse processo. 

Assim, ele vai observar o seu progresso físico, social e mental, além de ajudar em seus comportamentos e atitudes, que podem ser únicos, para reconhecer suas forças e necessidades.

É importante destacar que não necessita de uma abordagem da Psicologia específica para isso, mas o profissional precisa estar preparado para atender às necessidades, tanto da pessoa quanto de seus familiares. 

4 Maneiras que o psicólogo pode auxiliar uma pessoa com síndrome de Down 

  • Dentro do ambiente familiar

A família, quando sabe que vai ganhar uma criança com Síndrome de Down, pode passar por diversas sensações, seja pela falta de informação, seja pela quebra de expectativa, sentimento de culpa ou medo.

Por isso, o acompanhamento de um psicólogo, mesmo antes do nascimento da criança, será de grande importância, até mesmo para reforçar os laços familiares

Com isso, entre os diversos objetivos da terapia como intervenção com os pais, é possível destacar:

– Identificar e treinar habilidades com os pais sobre como lidar com este novo momento;

– Trabalhar o emocional da família: com informações corretas é possível lidar melhor com qualquer sentimento negativo que possa surgir;

– Esclarecer o porquê é importante criar regras de convivência e limites em casa;

– Trabalhar com a família o desenvolvimento da autonomia da criança, para que ela realize, com responsabilidade, compromissos e atividades em casa.

  • Dentro do ambiente escolar 

Quando ouvimos falar em inclusão, é necessário pensar sobre o que isso significa!

A inclusão escolar é a forma do espaço se adaptar para as necessidades da pessoa com deficiência, e não o contrário.

Por isso, a partir do momento em que a criança com Síndrome de Down já pode frequentar a escola, é muito importante que o psicólogo também esteja presente.

O motivo disso não é apenas para auxiliar os pais, mas também para acompanhar o desenvolvimento da criança dentro do espaço escolar, tanto na aprendizagem como no convívio social com as outras crianças.

Aqui, o profissional de psicologia terá que trabalhar, junto da professora e dos alunos, um ambiente acolhedor para este estudante, no qual deve ter o seu desenvolvimento de acordo com a sua possibilidade de aprendizagem respeitado.

É importante sempre reforçar as regras de convivência, para haja respeito entre os alunos. Nesse sentido, melhorar a comunicação entre eles é uma forma de incentivar que todos participem de brincadeiras e experiências educativas.

  • Dentro do ambiente corporativo 

Com a Lei de Cotas, muitas empresas realizam a contratação de Pessoas com Deficiência (PcD) como responsabilidade social, mas apenas isso não basta: é preciso colocar a inclusão em prática.

Planos de carreira bem definidos, além da possibilidade de crescimento e desenvolvimento de novas habilidades são apenas alguns dos fatores que devem ser observados. 

Por isso, o psicólogo, além de auxiliar a realização do processo seletivo de forma adequada (de acordo com as capacidades da pessoa com Síndrome de Down), é importante em muito outros pontos que envolvam a inclusão, como:

– Preparar a equipe colaborativa para receber o novo funcionário de forma respeitosa, incentivando que ele participe de todos os eventos e atividades da empresa, além de frequentar um ambiente acolhedor para realizar suas funções;

– Prepará-lo com novas capacitações e treinamentos que são importantes para a sua qualificação profissional;

– Promover ações na empresa que aproximem os familiares dos empregados com a pessoa com Síndrome de Down, para se familiarizar ainda mais com o ambiente;

– Acompanhar o colaborador em seu processo de evolução no trabalho, oferecendo feedbacks adequados que possibilitem o aprendizado de novas funções e cargos mais altos com o passar do tempo.

Nesse sentido, o Instituto Mano Down, que já atua há 10 anos, possui um amplo serviço de apoio de inclusão tanto escolar, quanto profissional. 

  • Como indivíduo

Independente da abordagem psicológica, o psicólogo, em momento exclusivo com a pessoa com Síndrome de Down, irá auxiliar o desenvolvimento emocional e comportamental do paciente. 

Com a terapia, a pessoa irá compreender mais sobre seu jeito de ser, expandindo o autoconhecimento, que é um fator muito importante para ela se adaptar em várias situações do dia a dia. 

Durante os encontros, será possível ainda promover a sua autonomia, reconhecendo seus limites e, a partir daí, buscar ferramentas para evoluir e se potencializar.

É possível também trabalhar a autoestima e o autocontrole, questões fundamentais para qualquer pessoa.

Vale lembrar que, após avaliação de um profissional, o atendimento pode ser feito online, inclusive por meio de operadoras de saúde, facilitando a frequência às sessões e a continuidade do tratamento. 

Viu como o papel do psicólogo é muito importante para o desenvolvimento da pessoa com Síndrome de Down?

Se quiser saber mais sobre este ou outros temas que envolvem a saúde mental, não deixe de visitar o blog do  Psicologia Viva!

 

REFERÊNCIAS

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/psicologia-no-processo

http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psie/n30/n30a02.pdf

https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/6431/pdf

 

Autor: Psicologia Viva – maior plataforma de atendimento psicológico online da América Latina

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