Trecho do livro : Não importa a pergunta, a resposta é o amor.
Todos desejam a sexualidade e não realizar este desejo é torturante!
A vida afetiva e sexual das pessoas com Down está condicionada a uma série de mitos, preconceitos e fantasmas que inquietam famílias e profissionais. Mas não se trata apenas disso. Há preconceitos e medos porque a sexualidade do indivíduo com Down é também sexualidade humana e não uma sexualidade especial. Segundo Lepri, “a sexualidade existe por si só e se expressa como parte integrante da personalidade. As necessidades afetivo-sexuais mediatizam as relações que se estabelecem ao longo da vida
Faz tempo que aprendi e defendo isto: toda pessoa tem direito a uma vida sexual livre, segura e prazerosa. Esse direito se sobrepõe e antecede qualquer condição particular, como, por exemplo, a deficiência. A sexualidade é, também, uma dimensão da vida, cuja manifestação assume contornos individuais e pessoais. Não faz sentido, então, falar de uma sexualidade própria ou específica das pessoas com deficiência. Afirmações como “pessoas com Síndrome de Down são carinhosas” ou “têm uma sexualidade exacerbada”, na verdade traduzem estereótipos construídos a partir do olhar sobre a deficiência e não sobre o ser humano que a antecede.
Como qualquer percepção que se propaga pela sociedade, afirmações como essas são construídas e alimentadas em práticas sociais. E, da mesma maneira que são construídas, podem ser desconstruídas.
Debater esse assunto é o objetivo do evento promovido pelo Instituto Mano Down que ocorrerá no dia 02 de Setembro no auditório do Clube dos Oficiais. Teremos a honra de receber a palestrante Fátima Minetto para conduzir esta indispensável conversa.
Data : 02/09
Horário de 19 e 30 ás 22
Endereço: Rua Diabase, 200. Bairro Prado.
Belo Horizonte-MG
Inscrições:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScigAoowO4nNT7POtGAUWIIOoX2zo4VbmLpiH07hbVL12sX3A/viewform
Temos que ficar atentos para não confundir as coisas e decretar que uma capacidade intelectual inferior pode resultar em uma inabilidade para controlar os instintos sexuais. Isso pode até levar os pais a quase tornar assexuado o filho ou filha, negando sua sexualidade, transformando-os em um eterno bebê.
Outro fator que impede que se fale do assunto com uma pessoa Down é o fato de vê-la sempre como criança, como já enfatizamos. Ao infantilizá-la, não acreditamos que seja capaz de ter ou expressar sua sexualidade. Fato é que elas não desenvolverão condutas inadequadas mais do que o restante da população se tiverem as oportunidades reais de aprender sobre o tema. Quanto mais
falarmos, melhor será o entendimento das mudanças no corpo e dos sentimentos.
Saiba mais sobre o assunto : Artigo Educação sexual e síndrome de down: vamos conversar?
Os jovens e adultos com Down, hoje, constituem a primeira geração de pessoas que, de maneira geral, está conduzindo suas vidas de forma mais autônoma em todos os âmbitos: escolar, laboral, social e afetivo. De todos esses aspectos, a sexualidade é a que menos avançou, talvez pela dificuldade dos pais e educadores em abordar o tema, que é delicado, e também pela insistente imagem de ver as pessoas com Down como eternas crianças.
Percebo, ao conviver com muitas pessoas com down , que eles possuem muitas dúvidas e inseguranças sobre o assunto. Alguns desconhecem o próprio corpo, questionam e pedem ajuda para iniciar ou manter relações íntimas. Há muita falta de informação e tenho observado a repetição de falas que não condizem com a realidade, como, por exemplo, “a sexualidade das pessoas com Down é descontrolada; pessoas com Down, se a gente deixar, se masturbam 20 vezes ao dia; pessoas com Down não ligam para traição”. Não podemos deixar de lado esse tema, por mais espinhoso que seja. É necessário tratar a sexualidade com naturalidade e quebrar este tabu.
Vamos conversar? Contamos com a participação de todos!
Veja vídeo sobre o tema!
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